A chegada do Nintendo Switch 2 está se tornando um dos assuntos mais comentados da indústria dos games. No entanto, ao invés de ser celebrado por todos, o novo console da Big N está gerando polêmicas — tanto pelo seu preço elevado quanto pela estratégia adotada pela empresa.
Durante uma recente entrevista à CBC, Doug Bowser, presidente da Nintendo of America, declarou que o atual Nintendo Switch continuará sendo uma opção para quem não pode investir no novo modelo. A fala, que parece lógica à primeira vista, não caiu bem entre parte da comunidade.
“Compreendemos que nem todos os nossos consumidores têm condições de investir em um novo dispositivo imediatamente após o lançamento. Por isso, continuaremos oferecendo o atual Switch como uma alternativa acessível por um bom tempo”, disse Bowser.
A Nintendo pretende manter dois consoles simultaneamente no mercado, estratégia parecida com a que adotou em gerações anteriores — como fez com o 3DS e o Wii U. A decisão é vista como comercialmente viável, mas muitos fãs esperavam um salto de geração mais acessível, especialmente com a forte desvalorização de moedas em países como o Brasil.
Novo patamar de preço e “a taxa da Nintendo”
A situação se complica ainda mais quando o preço oficial é levado em consideração. O Nintendo Switch 2 custará US$ 449,99 na versão padrão e US$ 499,99 no bundle com Mario Kart World. Já os jogos devem seguir uma nova política de preço, com títulos sendo lançados a US$ 80 — valor inédito nos produtos da Nintendo.
Segundo Kit Ellis e Krysta Yang, ex-gerentes de relações públicas da empresa, essa mudança é justificada pela filosofia interna da Nintendo de “respeitar o valor” de seus produtos.
“Os produtos da Nintendo têm um valor imenso, e devemos sempre respeitar esse valor imenso. Isso aqui não é a Ubisoft”, comentou a dupla, em referência ao fato da Big N raramente baixar o preço dos seus jogos, mesmo anos após o lançamento.
Eles explicam que os jogadores da marca já foram “condicionados” a comprar no lançamento, pois os preços raramente caem. Essa estratégia seria parte da imagem premium que a Nintendo quer manter.
“É a taxa da Nintendo. O que fazemos vale US$ 60 (ou agora US$ 80). Outros jogos podem custar o mesmo, mas não têm o mesmo nível de qualidade ou atenção. O nosso preço sinaliza o quão premium nosso produto é.”
Vale o investimento?
Enquanto Mario Kart World estreia com o preço cheio, os jogadores que não conseguirem investir de imediato são direcionados ao Switch antigo, que continuará sendo comercializado. No entanto, com o novo console prometendo um salto de potência de 10x segundo a NVIDIA, e novos recursos como GameChat com câmera e compartilhamento de tela, fica evidente que a Nintendo está apostando alto — tanto na tecnologia quanto na precificação.
Resta saber se o consumidor aceitará pagar mais caro por jogos e hardware com a promessa de “experiências mais ricas” — ou se a empresa enfrentará resistência como ocorreu com o 3DS em seu lançamento.